Quem foi ao Estádio da Luz no Sábado não pode ter saído de lá contente. Salvaram-se os 3 pontos, que, quanto a mim, é muito pouco para uma equipa que quer ser campeã. O Beira-Mar é de longe das equipas mais fracas da Liga e o Benfica tinha a obrigatoriedade de golear esta equipa. Não serve como desculpa o facto de termos jogado na 3ªFeira contra o Barcelona, pois mesmo mais cansados fisicamente, a equipa devia ter apresentado uma outra dinâmica que ainda não se viu desde a saída de Javi e Witsel. Continua-se a ver uma equipa que sofre um golo antes dos primeiros 30 minutos - foi assim contra a Académica (26'), contra Paços (16'), contra Barcelona (6') e no sábado contra o Beira-Mar (5'). Começar os jogos todos a perder revela falta de concentração e incapacidade para encostar o adversário às cordas desde o apito inicial. Algo que se exige a quem almeja ser campeão nacional. Fora de campo vê-se um treinador apático quando a equipa não está a ganhar e a gesticular e gritar apenas quando a equipa está em vantagem. No final do jogo vem barafustar com os adeptos pois estes não estiveram com a equipa. Como sempre, estive no estádio e desta vez fui o 1º a mandar vir com a equipa quando esta entra para a 2ª parte. Sinceramente esperava uma boa resposta do Benfica depois do jogo contra o Barcelona. Um Benfica dominador, que não deixasse o Beira-Mar respirar. Em vez disso vi uma equipa descaracterizada, sem saber o que fazer à bola, sem que os jogadores parecesse que treinavam juntos. É impossível não mandar um grito para dentro de campo a exigir que joguem à bola. Perdoem-me se o faço, mas a realidade é que penso que o muito dinheiro que deixo por ano no Benfica me permite pedir aos jogadores que honrem a camisola que trazem vestida. Apitando o árbitro para o início do jogo voltam os cânticos, os incentivos e os aplausos. Mas enquanto o jogo está parado, é bom que os jogadores percebam que têm que fazer muito mais do que aquilo que estavam a fazer.
Quando o resultado está em 2-1, o Beira-Mar continua fechado lá atrás e o Benfica faz cerca de 20 passes seguidos à procura de desposicionar a defesa aveirense. O público volta a assobiar e mais uma vez, dou por mim a pensar que o benfiquista que vai ao estádio ou comeu uma bifana estragada, viu a águia vitória com a camisola do Porto ou não percebe nada de futebol. Numa altura em que o resultado acaba de se virar a nosso favor, há que manter a bola com tranquilidade e procurar as falhas que a outra equipa, por estar nervosa, irá irremediavelmente cometer. Mas não, o benfiquista acha que temos que partir para cima do adversário mesmo que estejam 5 gajos no caminho e marcar golo nem que seja do meio-campo. Para esses vão os meus assobios, para aqueles que tal como eu se revoltaram por ver uma equipa apática e cantaram e incentivaram em busca da vitória vão os meus parabéns. Porque ser benfiquista é ser exigente. É querer sempre mais.
Sinceramente tenho muito medo do que se poderá estar a passar no balneário do Benfica. Carlos Martins que fez uma excelente pré-época parece amuado e joga mal quase todos os segundos que passa dentro de campo. Gaitan é substituído e faz beicinho. Maxi deixou o cérebro provavelmente no Uruguai antes de regressar ao Benfica (vá lá que neste jogo já se notaram algumas melhorias). Sálvio ainda deve estar encantado com o que fez nos dois primeiros jogos este ano e desde aí tirou férias. Jardel pensa que é a camada de ozono e só dá buraco. Artur teve uma paragem cerebral que podia ter comprometido a equipa. Rodrigo finta e corre mas quando chega a altura de verticalizar o jogo através de um passe bem feito para as costas da defesa contrária chuta à baliza. Ou melhor, para a bancada. Nolito ainda deve estar a pensar que podia estar a jogar no Bétis por esta hora. Enfim, não há nenhum jogador do Benfica que se possa dizer que esteja a jogar bem (Melga, Matic e Enzo são os que mais têm cumprido, estes que eram apontados como muito inferiores em relação aos que saíram). A pergunta que tem que ser feita à equipa do Benfica é se querem ser campeões. É que a jogar assim, não o serão de certeza!
Passe rápido, dinâmica, verticalização, pressão alta, ganhar os lances 1x1...tudo isto eram características que o Benfica de JJesus nos habituou a ver. Contra o Beira-Mar não houve nada disso. E ou muito me engano, ou contra o Gil também não haverá e outro galo que não o nosso cantará. Antes disso vamos à Rússia, e tal como já disse anteriormente, este jogo poderá até nem contar, no entanto, servirá já para perceber se temos ou não o Benfica de volta.
A equipa do Benfica é neste momento como um condutor que vai a conduzir na auto-estrada. O condutor não pode adormecer ao volante, tem que abrir os olhos antes de chegar a adormecer, pois caso isso não aconteça, poderá já ser tarde demais quando abrir os olhos e o carro já estar todo amolgado.
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