terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pressão Alta

Muitos dos adeptos benfiquistas perguntam-se se esta equipa que ganhou ao FCP no Dragão e ao SCP em Alvalade é a mesma que no início da época perdeu em casa com a Académica e fora com o Nacional e Guimarães. A resposta é sim e não...os jogadores são os mesmos, estão é muito mudados...e a principal mudança deve-se ao treinador Jorge Jesus.
JJ costuma jogar com as suas equipas a fazer uma pressão alta para recuperar a posse de bola o mais rapidamente possível. O lance do 1º golo contra o SCP é disso ilustrativo (reparem a partir dos 48 segundos quantos jogadores do Benfica estão quando Gaitan recupera a bola após o alívio de Rui Patrício - http://videos.sapo.pt/SV7eFZMQKFr7SJ3hlZC6). Esta pressão só consegue ser exercida quando tacticamente os jogadores sabem exactamente que posição ocupar, que dobras fazer, que companheiro compensar... isto e ter uma boa capacidade física para não chegarem atrasados e aí serem obrigados a cometer faltas. Juntando a isto o facto de a pressão ser realizada maioritariamente em zonas laterais, conseguimos então perceber o que se passava no início da época: não havia condição física suficiente para fazer esta pressão, os jogadores eram obrigados a cometer muitas faltas, faltas essas que as equipas contrárias aproveitavam para subir no terreno e remeter a defesa do Benfica para zonas mais recuadas. Os médios Ruben Amorim e C. Peixoto muito em baixo de forma ou Gaitan e Salvio completamente sem perceberem tacticamente o que deles era exigido impediam que o Benfica tivesse sucesso naquilo que o seu treinador queria: a pressão alta.
A pressão alta obriga a uma defesa alta e a uns médios pressionantes ao portador da bola de modo a impedir os passes longos nas costas da defesa. Claro que o facto de ter David Luiz era uma garantia maior cada vez que surgia uma adversidade e Luisão não conseguia comandar as suas tropas a tempo de subirem no terreno e colocarem os avançados contrários em fora de jogo, pois trata-se de um dos centrais mais rápidos da actualidade e conseguia reagir caso a bola entrasse nas costas. No entanto, é de salientar que esta reacção é de todo incómoda para qualquer equipa e deve ser evitada a todo o custo. Deve-se preferir a acção pressionante de todos os elementos atacantes ao invés da reacção de alguns defesas, pois quando estes são obrigados a reagir estão de costas para a baliza e têm que correr no sentido contrário ao do seu movimento natural, enquanto que com os avançados que tentam apanhar a bola não se passa isto, correm de frente e já vêm "embalados de trás".
O facto desta pressão alta estar a falhar no início de época causou alguns dissabores (até então ainda impossíveis de serem compensados) mas tal como previ, JJ não deixou de ser um bom treinador de um ano para o outro e o Benfica só perdeu 2 jogadores...aqueles que faziam muito bem a pressão alta como JJ desejava...agora são Salvio e Gaitan que já aprenderam a fazê-lo e permite que o Benfica se assemelhe (novamente) a um rolo compressor, a uma máquina de ataque ou simplesmente a uma equipa que joga bom futebol e deixa um sorriso de orgulho estampado na cara de cada adepto lampião.

PS1: Preocupa-me e muito(!) ainda a transição ataque-defesa, feita de uma forma deficitária pela equipa, tal como ficou patente nos contra-ataques venenosos de Matias Fernandez e Yannick Djaló...será que tal não nos irá causar dissabores na Europa perante equipas com jogadores com outra habilidade técnica?

PS2: A equipa do Benfica está bem, mas parece-me que ainda está a bastante distância da do ano passado. Mais uma vez, só a Europa poderá provar que estou enganado. Espero estar. Espero muito estar.

Orgulhosamente lampião

Serve este 1º post apenas para explicar o título do mesmo. Não podemos deixar de aceitar essa missão, que cada benfiquista tem, de mostrar a Luz a cada adepto que realmente gosta de futebol. Também eu já fui de outro clube quando nasci, mas foi só até abrir os olhos e ver a Luz. Ou se fica cego ou se consegue ver. Só não se consegue ficar indiferente como os nossos rivais tantas vezes teimam em nos lembrar. Ou se é a favor ou se é contra. Eu sou a favor. "Quem quiser connosco, quem puder, contra nós!" "De entre muitos, um!"