quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Análise PSG

Laurent Blanc começou a época num 4-4-2, mas de modo a trazer mais consistência defensiva alterou o esquema para um 4-3-3. Os principais problemas com o que o Benfica se debaterá terão a ver com:

  1. A criatividade ofensiva do trio atacante: Lavezzi, Ibrahimovic e Cavani;
  2. As subidas dos laterais;
  3. A elevada pressão feita quando o SLB tiver a posse de bola;
  4. Bolas paradas

Quanto a 1., há que ter em conta a descida de Ibrahimovic pronto para receber passes longos vindo da defesa e dar de 1ª ou com aqueles toques maravilha para isolar Cavani nas costas da defesa benfiquista. Não tendo nós centrais muito rápidos, serão necessárias duas coisas: a descida de Matic para o lugar de Fejsa e a descida deste para marcar Ibra, bem como o acompanhamento de Siqueira nas diagonais de Cavani (que vem sempre da direita quando joga Lavezzi).
Quanto a 2., o PSG joga muitas vezes no extremo ou no interior para depois lançar o lateral entre o lateral e o central da defesa contrária. Por aqui se vê que será imperativo duas coisas: jogar André Almeida e que os extremos do Benfica acompanhem os laterais contrários. Para além disto, esta subida dos laterais permite uma sobrecarga de jogadores na zona junto à lateral e à grande área da equipa contrária. Não raras vezes aparecem 5 jogadores do PSG nesta zona e onde ganhando superioridade numérica criam lances de perigo eminente (se não esquecermos a técnica individual de cada jogador do PSG perceber-se-á ainda melhor o alcance destas afirmações).
Quanto a 3., as marcações são feitas inúmeras vezes individualmente. Como bem se sabe isto tem algumas vantagens, mas também algumas desvantagens. Será muito perigoso pois o Benfica pode ser apanhado em contrapé, mas muito favorável caso os jogadores saibam posicionar-se de forma a abrir espaços para que surja uma linha de passe que permita queimar linhas (isto implica a ida para o centro dos extremos do Benfica de modo a soltarem o ponta-de-lança nas costas da defesa, surgindo o passe cá detrás diretamente para os extremos que terão que se colocar entre a linha de meio-campo e de defesa do PSG).
Quanto a 4., basta ver a altura dos bichos. Se nós já somos maus em bolas paradas e eles são grandes e espetaculares...não vai ser fácil...o melhor é pôr alguns baixinhos a obstruir o trajeto de corrida que antecede o salto para a finalização, caso contrário não sei não... isto para além da marcação à zona que costumamos ter pois claro.

Com um meio-campo como Motta, Matuidi e Verrati será imperativo contrapô-lo com Fejsa, Matic e Enzo. Tal como tinha sugerido no post anterior, é importante que Enzo jogue no meio e haja dois criativos nas alas com total liberdade para vir para o meio, conduzir em velocidade, etc...tudo isto, com uma flecha como ponta-de-lança: para mim, seria Rodrigo.
A defender, 4-5-1 claro. Com o 1 recuado e a impedir apenas a subida dos centrais em posse (felizmente que Thiago Silva não joga porque senão seria ainda mais complicado). Das duas uma: ou subimos alguém para fazer companhia a Rodrigo no processo defensivo de modo a evitar os passes longos para Ibra (que até me parece a melhor opção, mas depois a manta pode ficar a descoberto do outro lado, é preciso fazer muitas compensações para isto resultar) ou então aceitamos que eles vão fazer os passes longos (evitando apenas a progressão em posse) e preparamo-nos para defender nas alturas com o bicho Ibra.

11 eleito:
Artur; AAlmeida, Luisão, Garay e Siqueira; Fejsa, Matic e Enzo; Markovic, Gaitan e Rodrigo.

Por fim um último recado para Luisão: se conseguires expulsar o Ibra ganhas um jantar num Rodízio e aproximarás muito mais o Benfica de um excelente resultado. E parece-me que não há-de ser nada difícil se quiseres...

Percentagens
(se jogarmos só com Matic e Fejsa no meio):
Vitória PSG: 85%; empate 13%; Vitória SLB: 2%
(se jogarmos com 3 no meio):
Vitória PSG: 60%; empate 25%; Vitória SLB: 15%

Não são animadores os cenários, mas por alguma razão continuamos a adorar futebol. É que a bola é e será sempre "redonda".

PS: este resultado não interessa NADA para a qualificação do SLBenfica para os oitavos de final da Champions. Se formos goleados, é igual. Agora para a recuperação psicológica, que ainda está a ser feita, dos acontecimentos do final do ano passado, um bom resultado poderá ser dinamite para os traumas.