sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

(Falta de) Capacidade de concentração na adversidade

Antes de mais, é importante fazer o "mea culpa". Também eu teria optado por rodar a equipa e teria colocado em campo aquilo que para mim foi o principal problema: um quarteto defensivo sem ritmo de jogo e sem entrosamento. Continuo a achar que o 11 escalonado seria mais do que suficiente para ganhar o jogo, no entanto, o futebol não é tão certo como uma qualquer equação matemática.
Se no 1º golo a quantidade absurda de ressaltos e a má abordagem do lance por parte de Samaris acabaram por permitir uma transição rápida muito bem executada pelos jogadores do Moreirense, no 2º, apesar de uma falta sobre Eliseu, é também muito grande o mérito do Moreirense. No 3º é Jardel que se perde na condução de bola e depois ninguém optou por uma falta para travar o contra-golpe. Nas transições defensivas estivémos uma lástima, mas muito mérito para Geraldes que conduziu esses lances com um timing e uma capacidade de decisão perfeitos.
Ofensivamente, tendo corrido o jogo mais ou menos mal, teríamos marcado 4 ou 5 golos; como correu do piorio, acabámos por fazer apenas um.

No entanto, o que mais me preocupa é a falta de capacidade de concentração na adversidade. Isto verificou-se nos jogos contra o Nápoles, Besiktas, FCP (não tendo este produzido resultados negativos a este nível por sorte), Boavista e ontem com o Moreirense. Quando qualquer equipa sofre um golo, é normal que nos minutos seguintes esteja mentalmente mais vulnerável e portanto mais passível de sofrer golos. Não é normal que esteja tão vulnerável, principalmente quando se fala de uma equipa profissional e de top.
Em 33 jogos oficiais, o Benfica apresenta 27 golos sofridos, sendo que nos jogos com Nápoles, Besiktas, Boavista e Moreirense sofreu 13 golos, ou seja, praticamente metade dos sofridos durante toda a época até agora. E o mais impressionante é que estes golos foram sofridos em apenas 100 minutos (repartidos respetivamente em 34, 30, 11 e 25 minutos nos 4 jogos atrás referidos).
Para o Benfica atual, mais importante do que tentar marcar mal sofre um golo, é importante assegurar que não sofre outro. Ou seja, o principal problema é mental e é necessário os jogadores terem consciência deste facto. Não adianta tentar fazer tudo depressa e bem quando surge uma adversidade, é necessário garantir primeiro que a adversidade não vai escalar, e portanto, garantir primeiro a organização a partir do qual se poderá tentar inverter o rumo dos acontecimentos.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Final Four da Taça da Liga

Chegados à Final-Four da Taça da Liga é importante ganhar esta competição. Os jogadores não poderão estar a pensar no mercado de Inverno ou no Campeonato e terão que fazer todos os esforços para trazer a Taça para uma casa que ela tão bem conhece.
Creio que será importante para o plantel continuar com a política de rotatividade que esta competição tem permitido. Apesar de me parecer bluff do Inácio ao dizer que não vai jogar com o 11 mais forte, a realidade é que até poderíamos jogar com o "11 mais fraco" que teríamos que ganhar na mesma. Só que isso de "11 mais fraco" neste Benfica não existe...

Para a meia-final começaria com:
Júlio César
André Almeida, Lisandro, Jardel e Eliseu
Célis e Samaris
Sálvio e Carrillo
Cervi e Jiménez

O porquê destas opções:
- rodar a dupla de centrais
- dar minutos a Eliseu e descansar Nélson Semedo
- apesar de achar que Célis não é jogador de futebol, Pizzi tem que descansar e por isso avançava Samaris pra 8 (André Horta lesionado, Danilo dispensado...) e colocava Célis num papel que me parece que não terá que ser muito ativo neste jogo
- continuar a rodar os extremos pois qualidade não falta a nenhum deles (Carrillo já esteve muito melhor no último jogo por ex.)
- Cervi a titular e com carta branca para andar por onde lhe apetecer porque estava a jogar bem mas teve q sair do 11 e este é um jogo que se poderá mostrar onde mais rende (meio)
- Jiménez porque Jovic não quer ser jogador de futebol

Prego a fundo pois o jogo não se irá tornar fácil por si só...temos que ser nós que o temos que tornar fácil! Temos que permitir que o Moreirense possa pensar no próximo jogo do campeonato e o Inácio veja o jogo num qualquer canal pirateado (apesar de dar em canal aberto, aposto que o vício já é tal que até estes ele prefere ver na net...)


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A possível venda de Gonçalo Guedes

A confirmar-se a venda de Gonçalo Guedes para o PSG por 30M€ + uma quantia variável por objetivos, resta-me aplaudir mais uma boa venda por parte do SLB.
Guedes tem sido até final do ano passado titular da equipa principal do Benfica. Com isso ganhou maior notoriedade e mostrou-se ao mercado internacional. Daqui em diante, Guedes deixaria de ser titular, perdendo para o inevitável Jonas, e começaria inerentemente a perder o fulgor que tem vindo a demonstrar na 1ª metade da época.

Guedes é um bom jogador, com várias características interessantes - velocidade com bola, capacidade de remate, explosão, etc. - mas a realidade é que estaria tapado no Benfica, fazendo com que o passar do tempo o desvalorizasse. Guedes só vale hoje 30M€ porque o PSG viu que na 1ª metade da época Guedes era titular. E no final do ano a avaliação seria de que tinha sido titular na 1ª metade e perdido o lugar na 2ª metade. Nunca valeria os 30M€ portanto...

Guedes apesar de ter muito potencial, tem algumas limitações (capacidade de decisão nomeadamente) que me parece que o impedirão de atingir o topo. Não estamos a falar de um Bernardo Silva ou de um Nélson Semedo. Estamos a falar de um jogador que em condições normais não seria titular neste Benfica e que para o seu lugar temos vários jogadores: Jonas, Rafa, Cervi, Sálvio, Carrillo e Zivkovic (consoante jogasse a extremo ou atrás do avançado).

Vender um suplente por 30M€ em Janeiro, provavelmente permite-nos segurar um titular. Vender um jogador que muito provavelmente valeria menos no final do ano do que agora é espetacular; principalmente quando para o seu lugar teremos outro que se tudo correr bem também será valorizado - seja ele qual for. Com esta venda, e a dispensa de Danilo, continuamos com 2 jogadores para cada posição - fator que considero muito importante para poder atacar as 4 frentes em que nos encontramos.

Não compreender que o Benfica será sempre um clube que tem que formar e comprar jovens talentos para depois os vender é estar cego perante o contexto. É não perceber que no que diz respeito a direitos televisivos por exemplo, na Premier League o Liverpool recebeu o ano passado 130M€ e o último classificado, Aston Villa, 87M€. E isto quando sabemos que o bolo a distribuir este ano será ainda maior. Real e Barcelona nem se fala, e a Juventus recebe 95M€...

Este é um contexto que o Benfica não conseguirá nunca mudar por muito que possa ver os seus contratos melhorados. Seremos sempre um clube vendedor e que estará à mercê daquilo que os tubarões quiserem comprar. Saibamos continuar a "escolher" quem vendemos e claro que o caminho para o sucesso estará muito mais próximo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Record faz montagem com imagem contra o Benfica

Não gosto de teorias da conspiração e por norma, não acredito. Acho que quem lá anda, saberá muito mais coisas e terá maior capacidade de se proteger dessas coisas do que o comum dos adeptos.

Partindo desta boa-fé, pergunto-me por que razão é que um jornal como o Record fará uma montagem de uma imagem de forma a prejudicar o Benfica? O autor da análise é o ex-árbitro Marco Ferreira.

imagem retirada do vídeo resumo do jogo da SportTv

imagem do jornal Record

Porque é que apagaram o jogador do Boavista? Eticamente isto não dá direito a cartão vermelho ao jornalista responsável pela peça?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Efeitos da Taça da Liga

Os efeitos da Taça da Liga são muito maiores do que aqueles que à partida seria de supor.
Isto acontece, entre outros, porque ocorre ao mesmo tempo que a mensagem de que "o Benfica está a ser beneficiado pela arbitragem e nós prejudicados" já deixou de colher adeptos, a não ser aqueles que se mantém com palas ou são simplesmente mentecaptos - e que como se sabe, há-os em todo o lado, uma vez que a ignorância prolifera como o maior dos vírus.

Claro que a jornada anterior em que FCP e SCP foram beneficiados pelas arbitragens ajudou muita gente a abrir os olhos, uma vez que os fez olharem para os jogos anteriores do Benfica e perceberem que afinal o clube da Luz tem vindo a ser prejudicado, simplesmente tem é ganho os seus jogos de forma fácil e a maior parte das vezes dilatada.

O Benfica tem ganho os seus jogos quase todos, e ocorrem com maior frequência feriados em Portugal do que jogos em que o SLB perca pontos. Tendo em conta que o Benfica tem passado esta metade da época sem a maioria dos seus jogadores titulares e está em 1º lugar no Campeonato, o quadro não se afigura muito bonito para os seus principais rivais.

É neste contexto que surge a Taça da Liga. Após a eliminação de FCP e SCP, o Benfica tinha uma dificílima deslocação a Guimarães. Uma competição que o Vitória queria muito ganhar, e que se apresentava para o Benfica como a menor das competições em jogo. Jogando com o segundo 11, este era um jogo que colocaria como evidentes as lacunas que o Benfica tem no seu plantel. Pelo menos esta era a expectativa evidente e perfeitamente aceitável de qualquer não adepto do Benfica. Mas não foi isso que aconteceu...

O raciocínio é fácil, válido, mas uma vez que estamos a falar de futebol, não implicativo. Na cabeça de qualquer adepto não benfiquista com dois dedos de testa, uma equipa que é prejudicada pelas arbitragens "como nós", joga a primeira metade da época sem os seus jogadores principais e continua a ganhar os jogos quase todos, vai em 1º a 6 pontos do 2º, quando roda 8 jogadores vai a Guimarães ganhar fácil 2-0...e agora ainda por cima o Lindelof parece que já nem vai embora e já tem o Jonas de volta..."estamos f*d|d*$"... claro que há aqueles que se interessam um pouco mais por futebol propriamente dito,  acabam por assistir aos jogos do Benfica e aí a preocupação sobe ainda mais de tom... "não há hipóteses!"

Tal como disse, o raciocínio é fácil, válido, mas uma vez que estamos a falar de futebol, não implicativo. Em futebol tudo pode acontecer, mas sejamos realistas, não é só a diferença pontual que é assinalável, é sobretudo o futebol jogado que espelha bem as diferenças. Quando o 2º onze de uma equipa joga muito melhor do que o 1º onze das outras, então o Rui Veloso não se aplica a este caso e o que as separa é muito mais do que aquilo que as une.

Concentração e foco total no próximo jogo é o que se exige e o garante de que se o fizermos sempre, estaremos sempre mais próximos de tornar o raciocínio anteriormente explicitado como implicativo, uma vez que a única coisa certa, é que os das palas continuarão sempre implicativos a marrar contra as paredes. Quem as não tem, já percebeu que a única maneira de ganhar ao Benfica é falar menos e fazer mais, é mostrar mais competência. E isso, é aquilo que não tem faltado a toda a estrutura do Sport Lisboa e Benfica. Até na Taça da Liga...