As equipas de Jorge Jesus sempre foram equipas assumidamente desequilibradas na transição defensiva, sempre que não conseguem recuperar a bola na primeira zona de pressão. JJ desde sempre organizou a equipa para conseguir defender com poucos homens. "A arte de bem defender é defender com poucos; com muitos qualquer um defende", disse Jorge Jesus.
No entanto, numa articulação defensiva há inúmeras variáveis a serem tidas em conta, sendo que uma delas é o pivot (médio defensivo). E é o pivot que neste momento faz do Benfica uma equipa mais fraca que nos anos anteriores, quando se trata de defender com poucas unidades.
Samaris sempre foi um médio construtor e agora, nesta equipa, é-lhe pedido que seja um médio destruidor, ao invés do que é a sua natureza. No modelo de jogo de Jorge Jesus, e nesta fase da época, é mais valioso para a equipa que Samaris saiba destruir do que construir. Quando o SLB perde a bola e os adversários conseguem passar a primeira zona de pressão, sobram na defensiva do Benfica apenas 3 ou 4 jogadores do Benfica. E um destes jogadores deverá ser o pivot, sempre que possível, com a missão de abortar de imediato o ataque adversário.
Sendo assim, o facto de Samaris ainda não ter percebido quase nada da sua missão defensiva está a expor a equipa a contra-ataques bastante perigosos. Esta falha ainda não nos causou nenhum dissabor (no campeonato), mas infelizmente é apenas uma questão de tempo até que isso aconteça, no meu entender.
Desconheço as estatísticas, mas não receio errar quando digo que o Benfica está a sofrer muito mais ataques este ano do que no passado recente. A incapacidade de Samaris de destruir o contra ataque adversário é notória e esta situação necessita de ser corrigida urgentemente.
O próximo adversário no campeonato será o S. C. Braga. A forma de jogar desta equipa cria uma grande oportunidade para avaliar até que ponto os processos defensivos da posição 6 foram ou não adquiridos pelo grego.
Esperemos que as próximas semanas sirvam para afinar tanto os processos de Samaris, como de Lisandro Lopez e Jonas.
Uma última nota sobre Jonas: no último jogo tudo o que este jogador brasileiro fez, fê-lo bem. Adorei! Procurou sempre trabalhar para a equipa e isso notou-se no desempenho global desta. Fez-me lembrar, e muito, o bom Saviola. Gosto tanto de ver jogadores inteligentes em campo!
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