quarta-feira, 8 de março de 2017

BVB - SLB: antevisão

O possível sucesso do SLB nesta eliminatória passa quanto a mim por alguns pontos:

  1. Não perder a bola na 1ª fase de construção
  2. Impedir a superioridade numérica na saída da 1ª fase de construção do BVB
  3. Tentar ganhar a bola na 1ª fase de construção do Borussia


  1. Não perder a bola na 1ª fase de construção
O Borussia faz uma pressão muito alta e mal recupera a bola, lança logo os seus avançados. Esta situação terá que ser evitada a 100%, ou seja, faça-se o que se tiver que fazer para que isso aconteça. Caso seja necessário, bater longo na frente; caso já tenha havido a perda, fazer falta.
Se for necessário abdicar da construção a partir de trás (tal como prevejo que seja nos primeiros 20-25 minutos de jogo), então creio que se deve abdicar. Acima de tudo, é importante reverter este ponto que é para mim o mais forte do Borussia.


     2.  Impedir a superioridade numérica na saída da 1ª fase de construção do BVB

Basicamente, impedir que aconteça o que aconteceu na 1ª parte do jogo da Luz. Muito melhor a equipa na 2ª parte, creio que a solução passará pela mesma opção - 3 médios interiores, saindo cada um à vez ao central mais perto da lateral e tentar asfixiar logo aí o Borussia, obrigando-os a baterem longo.
Tal como na 1ª mão, é vital impedir que um tal de Weigl toque na bola. Diz que até as bolas de râguebi o rapaz consegue colocar redondinhas para os colegas...


     3.  Tentar ganhar a bola na 1ª fase de construção do Borussia

Este será o momento mais indicado para o Benfica poder sair em contra-ataque. Recuperando a bola no início do seu meio-campo (ou mais alta, claro) e com a defesa do Dortmund subida, conseguir criar perigo pela igualdade (ou pouca desigualdade) numérica que provavelmente acontecerá. Para que isto possa acontecer, é vital que ocorram boas decisões, uma vez que não serão muitas as oportunidades que o Benfica terá.

Pelo ponto 1, temos que Luisão terá que jogar e não Jardel (adicionando o facto da liderança e calma que o capitão transmite em momentos de maior intranquilidade) e Eliseu terá que jogar e não André Almeida. A defesa fica então constituída pelo quarteto habitual: Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Eliseu.

Pelo ponto 2 terá que jogar Samaris mais recuado, com Pizzi e Felipe Augusto mais à frente, prontos a pressionar os centrais do Dortmund. Nunca André Almeida (tática e tecnicamente muito inferior a qualquer um dos outros); caso Felipe Augusto não esteja recuperado, André Horta terá fazer o seu lugar. Este trio terá que ter capacidade para ganhando a bola, conseguir retirá-la da zona de pressão e lançar rapidamente o contra-ataque.

Quanto ao ponto 3, impõe-se a entrada de jogadores com critério em posse. Zivkovic, Rafa e Jonas são as opções imediatas para este tipo de jogo mais criterioso. A vantagem de ter Jonas na 2ª mão e deste não ter jogado o 1º jogo poderá ser fulcral, pois é ele o elemento que permitirá que o Benfica consiga ter mais bola e apanhar de surpresa o BVB - o que não aconteceu na 1ª mão. Poderá entrar Raúl (mais velocidade e maior capacidade de pressionar) ou Mitro (mais golo e aproveitamento do momento de forma atual) ao invés de Jonas.

Defender em 4-5-1 ficando 4-4-2 consoante o lado da bola e atacar com uma de duas formas: 
  • Zivkovic e Rafa mais adiantados, com Jonas a baixar para dar linha de passe aos médios após recuperação de bola ou entrelinhas aquando de organização ofensiva. Nesta opção abdica-se da disputa da 1ª bola aérea no jogo direto, preparando a equipa para ganhar a 2ª bola. Teríamos muito mais bola, mas teríamos que jogar menos com bola pelo ar e arriscar mais na fase de construção.
  • Zivkovic e Rafa com Raúl ou Mitro mais adiantados, cabendo a um dos extremos o papel de baixar para dar linha de passe (após recuperação). Em organização, o jogo direto aéreo teria que ser mais privilegiado, com os extremos a terem que tentar receber nas costas da defesa após as bolas aéreas que fossem ganhas pelo ponta-de-lança.
Em organização ofensiva, é o habitual...fingir que se ataca pelo lado esquerdo e meter tudo pela direita, com a vantagem de não se ter lá o Sálvio armado em tótó... Zivkovic e Nélson a tentarem desequilibrar com 1-2, Jonas a pedir entrelinhas e Rafa a explorar a profundidade; com Pizzi, Samaris e Felipe Augusto a terem que reagir muito rápido caso a equipa perca a bola.

Às 19h45 teremos o jogo mais difícil do ano.

17 comentários:

  1. Boa cena, tinha algumas ideias para este jogo, nomeadamente lançar Raúl de início (mas ele pode ser tão útil entrando a meio), na verdade essa ideia de incluir o Jonas parece bem.
    Tinha pensado no triangulo invertido face ao que tinhas dito, mas até me parece melhor a tua ideia, suponho que permite ao felipe augusto pressionar mais.
    Só encontrei até agora um ponto em que o Benfica é, ou tem que ser, melhor do que o Dortmund: bolas paradas. Não sou um conhecedor de futebol a fundo mas acredito que com um trabalho rigoroso é possivel tirar partido deste tipo de lances (aliás foi assim que surgiu o nosso golo).
    Venha o jogo, sorte ao nosso Benfica e um abraço para ti!

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  2. Não comentei isso no post, mas claro que as bolas paradas poderão ser um ponto essencial nesta eliminatória. O facto deles colocarem um homem ao 1º poste que não sobe permite que a 2ª bola seja disputada entre a marca de penalty e a pequena área. Apostaria em livres/cantos marcados para o 2º poste para o Luisão (com bloqueios pelo meio) e depois a aparecem 3 ou 4 na zona central para encostar... um golo lá catapulta as hipóteses do SLB passar (isso não disse porque todos sabemos...)

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    1. Nem pensar...Carrillo deixou de acelerar e para este jogo é fundamental também acelerar... Zivkovic tem o mesmo critério e mais aceleração...

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    2. Certo. Já agora, porque é que deixou de acelerar? Não está no ocaso da carreira...

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    3. Posso tentar adivinhar, mas óbvio que não sei...acho que poderá ser por questões de confiança; será necessário elevar os índices de confiança para que ele consiga acelerar novamente. Mas é como te digo...just guessing...

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  4. Boa cena, tinha algumas ideias para este jogo, nomeadamente lançar Raúl de início (mas ele pode ser tão útil entrando a meio), na verdade essa ideia de incluir o Jonas parece bem.
    Tinha pensado no triangulo invertido face ao que tinhas dito, mas até me parece melhor a tua ideia, suponho que permite ao felipe augusto pressionar mais.
    Só encontrei até agora um ponto em que o Benfica é, ou tem que ser, melhor do que o Dortmund: bolas paradas. Não sou um conhecedor de futebol a fundo mas acredito que com um trabalho rigoroso é possivel tirar partido deste tipo de lances (aliás foi assim que surgiu o nosso golo).
    Venha o jogo, sorte ao nosso Benfica e um abraço para ti!

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  5. Não treinamos para assumir o jogo. Temos de esperar a vinda de um iluminado (Gutmann, Glória, Erickson) para nos recordar que o dinheiro não é tudo e que na nossa história há 12 presenças em finais europeias durante 60 anos de história. Sempre, e todas as vezes, com muito menos dinheiro que os outros competidores.
    Treinar para assumir o jogo em qualquer estádio. A realidade vai acabar por se impor ao RV, preferencialmente já com ele longe da Luz.
    Até lá, e como sempre, lá estarei para levar a equipa ao colo com total devoção. Mas a revolta é brutal

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    1. Não creio que consigamos assumir o jogo em qualquer estádio, principalmente a equipas tão boas (individual e coletivamente) como este Dortmund. E acho também que tal não seria necessário...
      Esperemos que a realidade não se imponha...pelo menos a curto-prazo...
      "Até lá, e como sempre, lá estarei para levar a equipa ao colo com total devoção" -> isto é o mais importante. Tu, eu e muitos outros milhares. Façamos a nossa parte e tentemos opinar construtivamente para que juntos sejamos mais fortes, e consigamos ser "um entre muitos!"

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  6. Não é bonito quando um treinador diz que temos que ter mais critério com bola/na saída de bola do que na primeira mão, para depois deixar os jogadores que têm mais critério com bola no banco?

    Estou a falar de Zivkovic e Jonas, obviamente.

    Em vez deles, com a inevitabilidade dos dogmas de fé, jogou Dom Salvio, que tem a visão de jogo duma toupeira com cataratas e a tomada de decisão dum orangotango com paralisia cerebral; e o Cervi, porque tem muita 'resistência' (sic), não fosse dar-se o caso do jogo de futebol se transformar, inesperadamente, numa maratona...

    Apesar de uma primeira parte surpreendentemente repartida, entrar no estádio de uma das melhores equipas do mundo à Paços de Ferreira, para aguentar o 0-0 e esticar nas correrias sem critério dos extremos, tinha tantas probabilidades de sucesso como a candidatura de José Manuel Coelho à presidência da República.

    Pó crl com o stôr de ginástica, gestor de egos e/ou de ordens superiores! Estou farto de humilhações e banhos de bola em todos os jogos grandes!

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    1. Tal como tinha escrito, era fundamental ter jogadores com critério. Independentemente disso, e tal como dizes, a 1ª parte foi surpreendentemente repartida e não fosse o árbitro não ter expulsado Dembèlé aos 40' ou o Cervi ter falhado o golo no início da 2ª parte e poderíamos estar a falar de uma eliminatória histórica.
      Rui Vitória tem evoluído muitíssimo ao longo da sua passagem no Benfica, resta esperarmos que continue a sua evolução e consiga trazer à equipa a personalidade que o Sport Lisboa e Benfica merece.

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    2. Concordo que RV evoluíu muitíssimo desde que chegou ao Benfica, mas:

      - também não era nada difícil...
      - não achas que em um ano e meio já era para ter evoluído muito mais, na organização ofensiva? A evolução viu-se quase exclusivamente na organização defensiva e na transição defensiva/reacção à perda...os poucos jogos em que até tivemos bom futebol foi bom futebol de transição e ataque rápido...eu até percebia se jogássemos na transição em Dortmund ou Munique (aliás, não só percebia como o defendo, desde que depois haja algum critério com bola...), mas o Benfica joga à equipa pequena também em demasiados jogos internos - e não só no Dragão e Alvalade...
      Ao fim de ano e meio, continuarmos a ter um ataque organizado tão rudimentar, tão dependente de rasgos individuais e tão impotente perante boa pressão alta não sugere fortemente que é pouco realista esperar muito mais evolução? Acreditas mesmo que com ele vamos ter futebol de posse e personalidade de equipa grande - futebol à Benfica, por outras palavras? Não é muito mais plausível que continuemos a ser um Vitória de Guimarães com muito melhores jogadores?...

      O RV precisava de um treinador de campo...daria um excelente manager naquele modelo do MU de Ferguson, mas teria que ter um treinador de campo à altura dos pergaminhos do clube. Ele ficaria com as questões de liderança, gestão de pessoas e comunicação - para as quais tem perfil - e deixaria o resto para o treinador de campo. Agora assim, não. Já não tenho esperança em grande evolução técnica...

      E isto preocupa-me porque eu só descanso com o hexa de 2019...;)

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  7. Acho que se cumpriu mais ou menos o que escreveste... Sobretudo na primeira parte, em que o Dortmund praticamente não construiu - isto para mim equivale a uma supertaça ou taça da liga, aviso já! - e ainda tivemos três ou quatro recuperações altas. Gostei também da calma e até alguma qualidade com que se saiu das zonas de pressão do adversário, ora tirando quando não havia hipótese (jogando sempre no Mitro), ora triangulando, combinando. Sobretudo muita pausa e acredito que naquele contexto isto enervou um bocado os alemães.

    A segunda parte começou com a mesma toada e a melhor oportunidade do jogo: Cervi não faz o golo por um segundo.

    É evidente que o passar do tempo vai deixando mossa e bastou uma jogada em que os ajustamentos foram mal feitos e sem agressividade para eles fazerem o que sempre quiseram: portador de frente para o jogo sem contenção, uma série de apoios prontos no corredor central e tufas jogador na cara do redes a finalizar com uma classe quase impossível: era a única forma de fazer golo perante a velocidade, inteligência e agilidade de Ederson.

    A partir daqui estamos a falar de outro jogo. Já é outra conversa.

    É daquelas eliminatórias que não me custa nada perder: o adversário é superior a todos os níveis (colectivo e individual) e tem um treinador fantástico.

    O Benfica jogou como seria de esperar nas duas mãos e não crítico por isso, desta vez.

    Mas acho que é possível fazer bem melhor, sobretudo quando os atletas estão todos disponíveis - o Grimaldo tem feito muita falta, por exemplo, assim como seria sempre melhor jogar com Garay (ou outro de valia semelhante que nunca será o Jardel)/Lindelof e o Jonas a cem por cento.

    Mais uma vez faltou também o Guedes, porque teria dado muito jeito nestes dois jogos. Uma venda desportivamente assassina, na minha opinião.

    Dito isto e apesar das enormes melhorias no seu modelo de jogo, o senhor RV não demonstrou, até agora, categoria para levar o jogar do Benfica para outros patamares.

    Não haverá por aí um Tuchel qualquer à mão de semear com um bocado de Sarri? Seria fixe.

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    1. Concordo a 100% com o que dizes inicialmente. Coloco algumas dúvidas com o "fazer bem melhor com atletas que estão indisponíveis" - se ele tinha bem melhor no banco e escolheu outros, porque é que eu deveria acreditar que com outros disponíveis ele não faria os mesmos erros?
      Rafa, Zivkovic e Jonas no banco ou bancada. Relembro que, por exemplo, os últimos 3 jogos que Rafa fez, foi eleito por vários órgãos da CS como o melhor em campo em todos eles - mesmo que o não tivesse sido, em princípio terá jogado bem para tal eleição...
      André Horta não é melhor 8 do que André Almeida?
      Não creio que Guedes tenha sido uma venda assassina pois com a chegada de Jonas ele iria invariavelmente para o banco e aí só desvalorizaria... trazia algo de diferente à equipa (desequilíbrio nas alas através da criação de superioridade e mais movimentos de ruptura) mas para isso também temos Rafa por ex.
      Falta a RV dar esse salto para esse outro patamar. Tal como evoluiu até aqui, é preciso que o continue a fazer - assumir jogo com bola sobretudo (não se pode resguardar na premissa que a equipa se sente bem a defender sem bola porque sabe que defende bem...).
      Não pensemos em nomes de outros treinadores porque não vão acontecer a curto prazo (diria mesmo médio...). RV tem que ter a coragem de assumir um jogo com bola!

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  8. Opá mano mas o Jonas não pode com um gato pelas costas esta época... Foi arriscado. Foi um bocado Tio Patinhas, percebes. E concordo perfeitamente no que dizes em relação ao Rafa e também pensei que iria entrar na equipa para rodar com o Jonas.

    O que é facto é que a realidade das lesões é evidente e quem está lá sabe disso melhor que nós. O próprio Rafa tem vindo a melhorar e a se integrar melhor mas ainda está nesse processo.

    O Guedes poderia ter saído no verão que ia dar no mesmo... Mas desportivamente seria uma grande ajuda até lá.

    Eu adoro o Horta. Adoro mesmo, seria quase sempre titular na minha ideia. Mas não achas que quem perde por lesão mais de um mês entre Outubro e Janeiro depois está morto ou perto disso?

    Quando dizia que o RV tem de melhorar especialmente quando a equipa está completa é apenas oor uma questão de lógica: se jogar sem o Grimaldo para entrar o Eliseu ou sem o Jonas é complicado para o Benfica, e até posso desculpar algumas coisas, com todos em campo a qualidade aumenta bastante. E as possibilidades de jogar melhor também.

    O meu problema é não acreditar em grandes diferenças, mesmo com a qualidade toda em campo. Acho que dissemos o mesmo por outras palavras.

    Só que os resultados no futebol são uma ditadura. E o RV também está sujeito a ela. Por isso, acho de elementar boa gestão que se faça scouting de treinadores. É um trabalho infinito e que deve ser feito todos os dias.

    E desconfio que este RV que agora conhecemos fique muitos anos no Benfica. Ele não demonstrou até agora - repito: até agora! - qualidade suficiente para aguentar as turbulências de um longo reinado.

    Mas sem dúvida que tem demonstrado bastantes qualidades, algumas podem levá-lo longe. Mas terá de evoluir ainda mais. Muito mais.

    Controlar o jogo com bola... Pois, coisas difíceis. Apertar as linhas e ficar atrás é sempre mais fácil e até mais seguro: podes perder por um ou dois mas evitas as parangonas de uma manita. Só que o resultado até vale o mesmo.

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  9. Nem Rafa, nem Ziv... Mas Sálvio lá está a usufruir do seu Red Pass Platina.

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    1. Lol exacto! E a aumentar o risco cardiovascular dos sócios que têm Red Pass para a bancada...

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