Hoje é o 1º dia de reis que não o será. Hoje não é dia de reis, é dia de rei, é o dia do King. O corpo de Eusébio da Silva Ferreira vai hoje ser enterrado. A lenda, essa continuará viva para toda a eternidade, uma vez que já venceu a morte à umas décadas atrás. Eusébio foi muito mais do que um brilhante jogador de futebol. Ele personificava o Sport Lisboa e Benfica. O querer, a raça, a vontade de vencer, o fair-play...a mística benfiquista. Eusébio foi muitas vezes o Sport Lisboa e Benfica e o Sport Lisboa e Benfica foi muitas vezes o Eusébio. Quando na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus frente ao Manchester United e com o jogo empatado a 2 Eusébio segue imparável para a baliza adversária e saca um daqueles tiros que só ele sabia fazer, Eusébio foi Benfica e o Benfica foi Eusébio. É que o guarda-redes adversário fez uma defesa do outro mundo e Eusébio foi lá cumprimentá-lo e aplaudi-lo. Estávamos nos últimos minutos de uma final da Taça dos Campeões. Isto era Eusébio: E pluribus unum ("de muitos, um").
Tantas outras vezes o foi, quer quando nos treinos marcava golos de trás da linha de fundo ou quando começava a festejar o golo quando a bola ainda tinha acabado de partir do seu pé. Eusébio sabia o que ia acontecer porque era ele que fazia acontecer. Aposto que se o deixarem "fazer acontecer" a partir de lá de cima, o Benfica voltará a ser Benfica. Voltará a ganhar, mas acima de tudo, saberá ganhar e saberá perder. Porque assim é a vida. Nem o King ganhou sempre... a diferença, é que sempre que perdeu, perdeu de pé, e é por isso, que hoje, é também de pé e a aplaudir que o mundo assiste à última derrota de Eusébio - a do ser humano, porque a lenda continuará a assegurar que quer o Benfica quer o Eusébio nunca deixarão de ser "E Pluribus Unum", e Sport Lisboa e Benfica e Eusébio serão muitas vezes confundidos como sendo um só. Um, entre muitos.
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